REPOSIÇÃO DOITOR À PANCADA DE MOLIÈRE
C A L H E T A
2021
- QUE SOEM AS PANCADAS DE MOLIÈRE!
“Surgiram em França, precisamente com Molière, e assim ficaram conhecidas. Davam a entender ao público que o espectáculo ia começar, preparando-o para a “viagem” que iria começar. Como se se tratasse do apito do comboio ao aproximar-se a hora de embarcar.
Dez minutos antes de começar a peça ouvia-se o primeiro sinal; cinco minutos depois, o segundo; ao terceiro as luzes eram apagadas de forma a instalar-se o silêncio no auditório. As pancadas eram tantas quantas as necessárias para o público acalmar os ânimos e dedicar-se ao espectáculo que estava prestes a acontecer. O objecto utilizado era um bastão ornamentado e apenas usado para esse efeito.
Molière foi um grande autor de comédias francesas e ficou conhecido como um dos primeiros e principais nomes do teatro, em França. Não nos podemos esquecer de que Molière fazia teatro para o povo e já naquela altura (século XVII) criticava o regime, contrariando as formalidades das formas aristotélicas. As salas eram grandes e cheias de gente, e as pancadas eram a forma mais simples de controlar as massas, numa linguagem que todos entendiam.
O improviso fazia parte das peças, com cenas que aproximavam os actores das plateias. Este autor tinha ainda a preocupação de contextualizar as questões sociais, fazendo sátiras em forma de comédia.
Hoje em dia as pancadas - no seu sentido mais literal - já não existem, mas o conceito ainda permanece. As luzes continuam a apagar-se, mas as pancadas deram lugar à publicidade ou à voz, cuja cara nunca ninguém viu, que informa que não é permitido filmar nem fotografar, e que sugere ao público que desligue os telemóveis.”
- O ESPETÁCULO VAI COMEÇAR! (Abre o pano)
FICHA TÉCNICA
Doitor à pancada de Molière
(a partir de Médico à Força, de Molière)
Adaptação dramatúrgica – Sandro Nóbrega e Miguel Vieira
Encenação – Miguel Vieira
Assistência de encenação – Henriqueta Teixeira
PERSONAGENS E INTÉRPRETES
ESGANARELO – Sandro Nóbrega
MARTINHA – Lícia Agrela
ROBERTA – Susana Capitão
VALÉRIO – Rodrigo Costa
LUCAS – Nuno Lusitano
GERÓNIMO – Rui Barata
JAQUELINE – Henriqueta Teixeira
LUCINDA – Inês Santos
LEANDRO – António Garcês
TEOBALDA – Rosário Antunes
TEOTÓNIA E TEODORA – Rita Baptista e Afonso Garcês
EQUIPA TÉCNICA
CENOGRAFIA – Miguel Vieira
CONTRARREGRA – Henriqueta Teixeira
FIGURINOS – Fábio Sousa
GUARDA-ROUPA – GATO
SONOPLASTIA – Miguel Vieira
OPERAÇÃO DE SOM e montagem - Técnico do Teatro Municipal Baltazar Dias
DESENHO DE LUZ – Miguel Vieira
MONTAGEM E OPERAÇÃO DE LUZ – Técnico do Teatro Municipal Baltazar Dias
CARTAZ E IMAGEM GRÁFICA – Rita Bento
PRODUÇÃO – GATO / Teatro Municipal Baltazar Dias
APOIOS: Câmara Municipal do Funchal; Teatro Municipal Baltazar Dias; Junta de Freguesia de São Martinho.